Pernas próprias: Grupo Silvio Santos já não depende do SBT

Ao contrário de tempos atrás, desta vez o foco vai ser diferente


O Grupo Silvio Santos completa 50 anos em 2008. O fato será comemorado na próxima semana em reunião na Sala São Paulo com os funcionários mais antigos. Motivos não faltam para a festança.

Ao contrário de tempos atrás, desta vez o foco vai ser diferente. O SBT, até então carro-chefe do grupo que começou com o Carnê do Baú, deixou de ser tão representativo em termos de faturamento no grupo. A perda da vice-liderança na audiência para a Record fez com que a receita diminuísse, consequencia da menor procura por parte dos anunciantes.

Apesar da queda da emissora, os fatos mostram, sobretudo, a capacidade de Silvio SAntos em se reiventar nos negócios. "O carismático apresentador demonstra ter uma capacidade de reinventar seus negócios muito maior que a de renovar seu universo de telespectadores", conforme texto da Revista Exame.

A principal fonte de renda do grupo passou, então, a ser o Banco Panamericano, cujo faturamento deve chegar aos R$ 4 bilhões este ano. O lucro líquido deve subir de 340 milhões de reais em 2007 para 450 milhões de reais em 2008.

Confira trechos da entrevista de João Sandrini, presidente do Grupo Silvio Santos à revista Exame:

Ele se dedica mais à vida de apresentador ou à de homem de negócios?

Sandoval - Ele divide seu tempo entre a apresentação dos programas. Ele cuida da programação do SBT, isso toma bastante tempo. Ele vai atrás de formatos de programas, vai às feiras em Las Vegas, em Los Angeles. É um empresário que acompanha seus negócios.

Toda a propaganda em televisão é feita no SBT?

Sandoval - Hoje é.

É mídia comum ou os apresentadores fazem merchandising também?

Sandoval - Não, é intervalo comercial.

Hoje o grupo é mais ou menos dependente do Silvio Santos?

Sandoval - Menos. Te dou um exemplo. O programa dele no SBT tinha um faturamento que representava 35% do total no começo. Hoje é 5%. Evidente que a figura dele é importantíssima.

A Casas Bahia era um grande anunciante do SBT há alguns anos. Vocês ajudaram o crescimento deles e agora são concorrentes?


Sandoval - Aí não é ajudar, aí tínhamos uma contrapartida. Hoje a Casas Bahia tem um poder de fogo para a mídia fantástico. A Casas Bahia hoje virou um bureau de propaganda. Quem paga a mídia não são eles, são os fabricantes que querem estar lá. A Casas Bahia, com esse poder todo, exige preço, o máximo de desconto de todas as redes. E as redes aceitam porque depois que você está na Globo, as vendas aumentam.

O Baú Crediário já tem loja na internet?

Sandoval - Temos. A única diferença é a questão do crédito porque, comprando pela internet e querendo ter um crédito, você tem que passar pela aprovação do banco. Isso tudo pode ser feito eletronicamente, mas tem que preencher um cadastro. Se quer fazer a compra pela internet com financiamento, deixa os dados, nós fazemos a consulta à Serasa, confirmamos a residência, em alguns casos confirmamos o emprego, e isso sai rápido

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