Série “A Lei e o Crime” estreia hoje com episódios de R$500 mil

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Dias Gomes costumava dizer a colegas autores da Globo: “Nem adianta criar pobre, a Globo não sabe fazer. Você coloca um barraco no texto, e eles já transformam em mansão”.

Marcílio Moraes, ex-novelista da Globo, hoje na Record, usa a história para ilustrar uma mudança na TV, que desde o sucesso do filme “Cidade de Deus” (2002), em sua opinião, percebeu que tematizar a periferia pode ser um bom negócio.

Entra no ar hoje, às 23h15, na Record, mais um produto derivado da onda “favela movie”. Com um investimento alto para os padrões brasileiros, de R$ 500 mil para cada um de seus 16 episódios semanais –em média, o dobro do custo de um capítulo de novela na Globo–, o seriado “A Lei e o Crime”, de Moraes, leva de novo os holofotes da TV a morros cariocas.

Enquanto na Globo a periferia era “experimentada” nos seriados, a Record e Marcílio Moraes foram pioneiros em colocar a favela no centro de uma telenovela –o que a Globo fez depois, com “Duas Caras”. “Vidas Opostas” (2006/07), primeira trama do autor na Record, foi gravada em uma favela, a Tavares Bastos, e teve sucesso no Ibope ao mostrar cenas -especialmente as violentas- do cotidiano dos morros.

Moraes e o diretor Alexandre Avancini voltam à Tavares Bastos no primeiro seriado da nova fase da dramaturgia na Record. “A Lei e o Crime” não só deriva do “favela movie” como segue a tendência de investimento em policiais, na rabeira do fenômeno “Tropa de Elite” –fora “9MM”, exibido pela Fox, sobre a polícia de São Paulo, a Globo também tem um projeto nessa linha.

Um dos protagonistas de “A Lei e o Crime” é um policial interpretado por Caio Junqueira, astro de “Tropa de Elite”. Ele quer se vingar do cunhado (Ângelo Paes Leme), que matou seu pai e virou traficante.

LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo

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