Hebe Camargo: Primeira-dama da televisão brasileira completa 80 anos


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Professor sorocabano, que é fã de Hebe Camargo, mostra sua coleção de vinis e conta algumas histórias sobre a apresentadora

Foi na 1040, churrascaria da avenida São Paulo, no final da década de 50, que o professor José Antonio Maldonado assistiu, pela primeira vez, a um show musical. O local, onde mais tarde passaria funcionar a concessionária da rede Volkswagen, mantinha agenda de espetáculos das mais movimentadas.

Ali apresentaram-se astros do rádio como Peri Ribeiro, Osni Silva e Lana Bittencourt, entre outros. Apaixonado por música e fã de cantoras, Maldonado esteve na casa acompanhado do amigo Cariovaldo Carcagnolo que, conta ele, teria sido um dos grandes intérpretes sorocabanos da época, para ver a apresentação de Ângela Maria.

Desde então, não parou mais. Pesquisando, conheceu o trabalho de outras divas. Comprava (e ainda hoje compra) discos, revistas e raridades relacionadas aos ídolos do passado. Freqüentava, na Capital, programas de auditório, particularmente o comandado por uma apresentadora nascida em Taubaté, Vale do Paraíba, no de 1929.

A moça já era conhecida por suas participações em filmes (atuou em vários dirigidos pelo conterrâneo Amacio Mazzaroppi, nos quais fez par romântico com Agnaldo Rayol) e discos em que dividiu as faixas com Ivon Curi.

Maldonado ficou, assim, diante de Hebe Camargo, para muitos a primeira-dama da televisão brasileira que, no mês de março, completa 80 anos. Foi paixão à primeira vista. Ele sabe dos detalhes da história de vida da morena que ficou loira.


Lembra que Hebe é filha de Ester e Fego Camargo, este violinista que fazia fundo musical para os filmes mudos exibidos no cinema da cidade. Nos anos 40, Hebe forma com a irmã, Estela, uma dupla batizada “Rosalinda e Florisbela”.

Seguiu a carreira solo cantando sambas e boleros em boates, mas sua trajetória esteve, desde sempre, ligada à televisão. Maldonado conta que Hebe fez parte do grupo que foi ao porto de Santos buscar os primeiros equipamentos que seriam utilizadas na primeira emissora do país, a Tupi.

O próprio Assis Chateaubriand, que esteve à frente do empreendimento, a convidou para participar da transmissão do evento onde cantaria o Hino da Televisão. Como ficou doente, teve de ser substituída por Lolita Rodrigues.


Hebe comandou, na Tupi, o programa “Rancho Alegre”. Em 1957, já na TV Paulista, antecessora da Rede Globo, muda o visual e aparece com os cabelos loiros. Passa a apresentar “O Mundo é das Mulheres”.

O sorocabano José Antonio Maldonado testemunhou a ascensão de Hebe Camargo marcou presença no auditório de atrações como “Hebe comanda o Espetáculo”. O nome da produção batizou um dos discos por ela gravados.

Peça de colecionador, o vinil é uma das preciosidades que o professor mantém guardadas. Na foto do álbum, Hebe aparece ao lado de convidados famosos como Francisco Egídeo, Cely e Toni Campelo.

Maldonado tem pelo menos outros oito trabalhos gravados por Hebe. Nesse tempo de devoção à apresentadora, conseguiu dela apenas um autógrafo.

Não concorda com os que acham que Hebe Camargo é extravagante e que fala sem pensar. “Ela é autêntica. Seu temperamento não permite que fique quieta ou omissa diante acontecimentos polêmicos. Se precisar, ela fala o que vem à cabeça e não teme ninguém”.

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